Medo incapacitante de espaços abertos.
Causas, incidência e fatores de risco:
A agorafobia é um distúrbio caracterizado pelo medo de multidões e espaços públicos abertos, particularmente se a saída ou o auxílio não estiverem imediatamente disponíveis. A condição pode ocorrer sozinha ou pode acompanhar outros tipos de distúrbios de pânico.
Esta fobia faz com que as pessoas limitem as suas atividades a uma área cada vez menor, levando, finalmente, à incapacidade de sair de casa sem sofrer um ataque de pânico. Outras características deste distúrbio podem ser: a dependência excessiva de outras pessoas, a percepção de que o corpo não é real (chamada de despersonalização) ou de que o ambiente não é real (desrealização) e depressão.
O início deste distúrbio pode estar associado a um ataque de pânico num local público, depois do qual a pessoa evita situações semelhantes. O início geralmente ocorre por volta dos 20 anos, e as mulheres são afetadas com mais frequência do que os homens. As pessoas com este distúrbio podem se confinar em casa por anos, com a consequente deterioração das relações sociais e pessoais.
Sintomas:
- medo de estar sozinho
- medo de perder o controlo num local público
- medo de estar em lugares onde a saída possa ser difícil
- confinamento doméstico por períodos prolongados
- sentimento de separação ou alienação dos outros
- sentimento de abandono
- dependência de outros
- sentimento de que o corpo é irreal
- sentimento de que o meio ambiente é irreal
- ansiedade ou ataque de pânico (ansiedade severa e aguda)
- temperamento incomum ou agitação com tremor ou contração espasmódica muscular
Sintomas adicionais que podem ocorrer:
- tontura, próxima do desmaio
- vertigem
- sudorese excessiva
- rubor cutâneo
- dificuldade respiratória
- dor no peito
- sensações de batimentos cardíacos
- náusea e vómitos
- entorpecimento e formigamento
- desconforto abdominal que ocorre quando o mal-estar está presente
- asfixia quando a pessoa está exaltada
- confusão ou pensamentos desordenados
- medo intenso de enlouquecer
- medo intenso de morrer
Sinais e exames:
Pode haver antecedentes de fobias ou o médico pode receber uma descrição de comportamentos típicos da família, amigos ou da pessoa afetada. O pulso (frequência cardíaca) é frequentemente rápido, ocorre sudorese e a pessoa pode apresentar pressão sanguínea elevada.
Tratamento:
O objetivo do tratamento é ajudar a pessoa com fobia a desempenhar as suas atividades de forma eficaz. O sucesso do tratamento costuma depender da gravidade da fobia.
A dessensibilização sistemática é uma técnica comportamental utilizada para tratar as fobias. A pessoa relaxa e então imagina os componentes da fobia, do medo menor para o maior. A exposição gradual à vida real também tem sido utilizada com sucesso para ajudar as pessoas a superarem os seus medos.
Os medicamentos ansiolíticos e antidepressivos são utilizados algumas vezes para ajudar a aliviar os sintomas associados às fobias. A dependência do medicamento é um efeito colateral possível deste tratamento.
Expectativas (prognóstico):
As fobias tendem a ser crónicas e resistentes ao tratamento.
Complicações:
Algumas fobias podem ter consequências que afetam o desempenho profissional ou o convívio social.
Solicitação de assistência médica e farmacêutica:
Marque uma consulta com o seu médico se aparecerem sintomas que sugerem agorafobia.
Prevenção:
Como com os outros distúrbios de pânico, a prevenção pode não ser possível. A intervenção precoce pode reduzir a gravidade da condição.