Alergia a alimentos, hipersensibilidade a alimentos
Sintomas que aparecem devido a uma resposta imune e que são desencadeados por certos alimentos.
Causas, incidência e fatores de risco:
Normalmente, a resposta imune defende contra substâncias potencialmente nocivas, como bactérias, vírus e toxinas. Ocasionalmente, uma resposta imune é desencadeada por uma substância (alergénio), que geralmente não é nociva, e a pessoa desenvolve uma alergia.
A causa das alergias alimentares não é totalmente compreendida, pois elas podem produzir uma grande variedade de sintomas. É difícil de se avaliar a incidência, pois as notificações são esporádicas. As reações a alimentos podem variar de brandas a fatais, dependendo do tipo e da gravidade da reação.
A alergia alimentar é comum. O sistema imune liberta anticorpos e substâncias, incluindo a histamina, em resposta à ingestão de alimentos ou componentes de alimentos específicos. Os sintomas podem estar localizados no estômago e intestinos ou podem envolver muitas partes do corpo, após a comida ser digerida ou absorvida. Os sintomas costumam iniciar-se imediatamente, raramente aparecendo mais de 2 horas após a ingestão do alimento.
As alergias alimentares assemelham-se, com frequência, a outras condições, como a intolerância a alimentos, (provocada pela falta da enzima necessária para digerir aquele alimento), a síndrome do intestino irritável, a resposta ao stress físico ou emocional, a contaminação de alimentos por toxinas (intoxicação alimentar) e outros distúrbios. A alergia alimentar é diferenciada da intolerância alimentar e de outros distúrbios, pela produção de anticorpos e pela libertação de histamina e substâncias semelhantes.
A asma, o eczema ou outros distúrbios podem ser desencadeados ou piorados pelas alergias alimentares.
Os alimentos a seguir geralmente provocam uma variedade de alergias – anafilaxia, urticária e asma:
- mariscos (camarão, caranguejo e lagosta)
- nozes
- amendoim e óleo de amendoim
- frutas (melões, morangos, abacaxis e outras frutas tropicais)
- tomates
- aditivos alimentares que incluem corantes, espessantes e conservantes
Os alimentos que provocam, com maior frequência, a má absorção são:
- trigo e outros grãos que contêm glúten (veja doença celíaca)
- proteína do leite de vaca (intolerância ao leite e aos derivados do leite)
- produtos de milho
Aproximadamente 40% dos americanos acreditam ter alergias alimentares, ao passo que, na realidade, menos de 1% têm alergias reais. A maioria dos outros envolve sintomas provocados por intolerâncias alimentares ou outros distúrbios. As alergias alimentares ocorrem com maior frequência nas crianças e a maioria supera a alergia com o crescimento.
Sintomas:
Os seguintes sintomas podem suceder a ingestão de alimentos que provocam alergias:
- arranhadura na garganta
- anafilaxia (que pode resultar em morte)
- dor abdominal
- sons abdominais (borborigmo, um som gorgolejante ou semelhante ao som da água que se espalha no intestino)
- diarreia
- náusea
- vómitos
- cólicas estomacais
- sensação de inchaço
- prurido da boca, garganta, olhos, pele ou qualquer área
- urticária
- angioedema (urticária das pálpebras, lábios, etc.)
- tontura leve, desmaio
- dor de cabeça
- congestão nasal
- coriza (rinite)
- falta de ar
- roncos e sibilos
- dificuldade de deglutição
Sinais e exames:
Uma história de aparecimento dos sintomas logo após o contato com um alimento ou com um aditivo alimentar suspeito é um grande indicador de alergia alimentar. A escuta dos pulmões com um estetoscópio (auscultação) pode mostrar roncos e sibilos.
Níveis elevados de anticorpos e/ou de imunoglobulina (particularmente IgE) confirmam a presença de uma alergia.
O alimento que provocou a alergia pode, algumas vezes, ser identificado por:
- dietas de eliminação (o alimento suspeito é eliminado da dieta, até que os sintomas desapareçam e, em seguida, reintroduzido, para ver se a reação alérgica reaparece. Esse método não é totalmente garantido, mas pode ser utilizado para limitar a lista de alimentos suspeitos)
- dieta de estimulação alimentar
- testes cutâneos; alergia
Tratamento:
O tratamento varia com a gravidade e o tipo de sintomas. Os objetivos do tratamento são a redução dos sintomas e a prevenção de futuras reações alérgicas.
Sintomas brandos ou localizados podem não necessitar de tratamento. Os sintomas desaparecem em pouco tempo. Anti-histamínicos podem aliviar o desconforto de muitos dos sintomas. Cremes suavizadores da pele podem oferecer algum alívio para as erupções. Os sintomas graves podem necessitar de tratamento com corticosteroides (como a dexametasona) ou epinefrina (adrenalina). Deixar de consumir o alimento que provocou a alergia é a melhor maneira de prevenir futuras reações alérgicas.
Expectativas (prognóstico):
As alergias alimentares podem provocar sintomas que variam do desconforto abdominal brando à anafilaxia de alto risco. Deixar de consumir o alimento pode ser fácil, se este for incomum ou facilmente identificado. No entanto, deixar de consumir alimentos que provocam alergias pode envolver uma dieta altamente limitada e, em alguns casos, pode resultar em desnutrição, a menos que os nutrientes sejam complementados. As crianças podem superar as alergias alimentares com o crescimento.
Complicações:
- desconforto
- redução das interações sociais em virtude da dieta restrita
- anafilaxia (reação alérgica de alto risco)
Solicitação de assistência médica e farmacêutica:
Solicite assistência médica se aparecerem sintomas que sugerem uma alergia após a ingestão de alimentos, particularmente se roncos e sibilos audíveis e dificuldade respiratória ou outros sintomas estiverem presentes.
Procure um hospital ou ligue para o número nacional de emergência (112) se os sintomas se tornarem graves a ponto de prejudicarem a sua capacidade de respiração.
Prevenção:
Não há nenhuma maneira conhecida de prevenir o desenvolvimento de uma alergia alimentar, exceto deixar de oferecer alimentos altamente alergénicos aos bebés. Depois que a alergia apareceu, evite drasticamente o alimento que provocou a alergia, pois isso geralmente previne mais problemas.