Anemia aplástica adquirida, anemia – aplástica secundária

Insuficiência da capacidade da medula óssea em produzir glóbulos vermelhos e que afeta todos os tipos de células sanguíneas.

Causas, incidência e fatores de risco:

A anemia aplástica secundária é uma condição que resulta de uma lesão à célula T (célula tronco) quando se torna diferenciada. Esta é a célula que dá origem a outros tipos de células sanguíneas. Como consequência, neste tipo de anemia ocorre uma redução em todos os tipos de células sanguíneas: vermelhas, brancas e plaquetas (essa redução tem o nome de pancitopenia).

As causas da anemia aplástica secundária incluem quimioterapia, terapia com medicamentos imunossupressores, radioterapia, toxinas como o benzeno e o arsénico, drogas, gestação, distúrbios congénitos, hepatite infecciosa e lúpus eritematoso sistémico. Quando essa causa for desconhecida, a doença é chamada de anemia aplástica idiopática.

Os sintomas manifestam-se como consequência da insuficiência da medula óssea. A anemia (baixa contagem de glóbulos vermelhos) leva à fadiga e à fraqueza. A baixa contagem de glóbulos brancos (neutropenia) aumenta o risco de infecção, e a baixa contagem de plaquetas (trombocitopenia) resulta em sangramento das membranas mucosas, dos órgãos internos e da pele. Esta doença pode ser aguda ou crónica e é sempre progressiva. Os fatores de risco são desconhecidos e a sua incidência é de 4 em cada 100.000 pessoas.

Sintomas:

  • fadiga
  • palidez
  • falta de ar mediante esforço
  • frequência cardíaca acelerada
  • batimentos cardíacos irregulares
  • erupção
  • tendência a sofrer contusões
  • sangramento nasal
  • sangramento das gengivas
  • sangramento prolongado

Sinais e exames:

O exame físico pode revelar baço aumentado, sensibilidade do esterno e frequência cardíaca irregular. Em situações raras, os linfonodos podem-se apresentar aumentados.

  • o hemograma completo mostra níveis baixos de hematócrito e de hemoglobina
  • a contagem de reticulócitos é baixa
  • a contagem plaquetária é baixa
  • a biópsia de medula óssea resulta anormal
  • o nível de bilirrubina pode estar elevado
  • o raio X abdominal ou a tomografia computadorizada abdominal mostram o baço aumentado.

Tratamento:

Os casos leves de anemia aplástica são tratados com terapia de apoio ou nem precisam de tratamento. As transfusões de sangue e de plaquetas ajudarão a corrigir as contagens anormais de glóbulos sanguíneos e aliviam alguns sintomas nos casos moderados.

A anemia aplástica de natureza grave, evidenciada por contagens muito baixas de glóbulos sanguíneos, é potencialmente mortal. Para os pacientes nessas condições e até aos 40 anos de idade, é indicado um transplante de medula óssea. Os pacientes acima dessa faixa, ou para aqueles que não conseguiram encontrar um doador de medula compatível, existe um tratamento alternativo com globulina antitimocítica (ATG). Esta substância é extraída do soro do cavalo, que contém anticorpos contra as células T humanas, sendo usada como tentativa de suprimir o sistema imunitário do corpo para permitir que a medula óssea reassuma a sua função de produtora de células sanguíneas. Pode-se também administrar outros medicamentos imunossupressores como a ciclosporina e a ciclofosfamida. Usam-se também os corticosteroides e os androgénios.

Expectativas (prognóstico):

A anemia aplástica não tratada leva à morte súbita. O transplante de medula óssea tem sido bem sucedido em pacientes jovens, com uma taxa de sobrevida a longo prazo de 80%. Os pacientes mais velhos atingem uma taxa de 40% a 70%.

Complicações:

  • infecção
  • hemorragia cerebral
  • morte decorrente de hemorragia, de complicações infecciosas por causa do transplante de medula óssea, de rejeição de enxerto de medula ou de reação grave à imunoglobulina antitimocítica (ATG).

Solicitação de assistência médica e farmacêutica:

Solicite assistência médica na presença de sangramento sem razão aparente.

Prevenção:

Esta doença pode representar uma consequência inevitável de alguns tratamentos, como a quimioterapia. Recomenda-se, sempre que possível, evitar exposição a toxinas como o benzeno ou o arsénico.

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