Ataques

Um ataque ou convulsão pode ser uma contração repentina, violenta e incontrolável de um grupo de músculos. A convulsão também pode ser mais subtil, consistindo apenas de uma breve “perda de contacto” ou alguns momentos em que a pessoa parece estar a sonhar acordada.

Considerações gerais:

Qualquer convulsão, leve ou grave, é causada por funcionamento anormal repentino do cérebro.

Alguns tipos de convulsões são:

  • epilepsia de petit mal (tipo de ataque de breve “perda de contacto”)
  • convulsão complexa parcial
  • convulsão febril
  • convulsão tónico-clónica generalizada (grande mal)
  • convulsão parcial (focal)
  • convulsão do lóbulo temporal
  • convulsão febril (em crianças)

A epilepsia (um distúrbio com ataques crónicos) inicia-se entre os 3 e os 14 anos de idade e continua indefinidamente. Pode ser uma condição hereditária.

Ao presenciar um ataque, tente lembrar-se do que aconteceu, como:

  • as extremidades contraíram-se? Caso afirmativo, quais e de que lado?
  • a cabeça torceu-se, o pescoço ficou rígido, os olhos giraram ou rodaram?
  • havia baba ou espuma na boca?
  • havia movimentos de mastigação ou estalo dos lábios?
  • houve alguma alteração na consciência?
  • a vítima mordeu a parte interna da bochecha, a língua ou os lábios?
  • houve perda de controle dos movimentos da bexiga ou intestinos?

Se não houve nenhuma contração, apenas uma perda de consciência repentina, como num desmaio, e a vítima tiver recobrado os sentidos logo após deitar-se, então deve ter sido um desmaio. Num ataque epilético, a vítima pode levar minutos ou até horas para recuperar-se.

Causas comuns:

  • lesão ou trauma cefálico
  • infecção
  • tumor cerebral (30% a 40% dos pacientes com tumores cerebrais têm convulsões)
  • febre alta ou insolação
  • epilepsia (os ataques ocorrem num padrão previsível)
  • diabetes (as convulsões podem ocorrer quando o nível de açúcar está muito baixo)

Obs.: Esse problema pode ter outras causas.

Tratamento em casa:

Siga as instruções do médico. Os epiléticos devem utilizar sempre uma etiqueta de advertência médica.

Veja primeiros socorros para convulsões.

Não há nada que possa ser feito para parar as convulsões depois que elas começam. Tudo o que pode ser feito é ajudar a proteger a vítima para que não sofra lesões e buscar a assistência médica necessária. Afaste a mobília e objetos pontiagudos da área ao redor da vítima. Se ocorrer vómito, vire a cabeça da vítima de forma que o vómito seja expelido. Se a vítima estiver inconsciente, mantenha as vias respiratórias desobstruídas e esteja preparado para aplicar RCP, se necessário.

Em um bebé ou criança, se o ataque for o resultado de febre alta, abaixe a temperatura da criança gradualmente, utilizando uma esponja húmida ou compressa fria e água morna. Uma dose adequada de acetaminofeno, pode ser administrada se a criança estiver acordada. No entanto, NÃO mergulhe a criança num banho frio.

Depois da convulsão, a maior parte das vítimas adormece profundamente. Não evite que a vítima adormeça. Ela provavelmente ainda continuará desorientada por um certo tempo após acordar.

Permaneça com a vítima até que esteja recuperada ou até que chegue a assistência médica. Enquanto isto, monitorize os sinais vitais (pulso, frequência respiratória, pressão sanguínea).

NÃO SE DEVE:

  • restringir a vítima
  • colocar nada entre os dentes da vítima durante um ataque (inclusive os dedos)
  • mover a vítima, a não ser que esteja em perigo ou próxima a algo perigoso
  • tentar fazer com que a vítima pare a convulsão – ela não tem controle sobre si mesma durante um ataque
  • aplicar respiração de salvamento, mesmo se a vítima estiver se tornando azulada. A maioria dos ataques termina antes de começarem os danos cerebrais.
  • administrar nada por via oral para a vítima até que as convulsões tenham parado e ela esteja totalmente acordada e alerta

Solicite assistência médica e/ou farmacêutica se:

  • houver qualquer convulsão, mesmo que seja leve. Informe o médico sobre a ocorrência do ataque.

Obs.: Este não é um sintoma trivial. Se esta for a primeira vez que a pessoa tem um ataque (não há antecedentes de epilepsia), ou se este for um tipo diferente de ataque, a pessoa deve ser atendida imediatamente (dirija-se a uma emergência hospitalar, se necessário).

O que esperar na consulta:

Será obtida a história clínica e realizado um exame físico.

A documentação detalhada da história clínica poderá incluir as seguintes perguntas:

  • localização
    • ocorreu apenas de um lado (unilateral)?
    • afetou apenas uma parte do corpo?
  • características
    • foi um ataque (convulsão) com movimentos importantes?
    • teve causa conhecida (como nos casos de epilepsia ou lesão cefálica recente)?
    • a consciência foi mantida durante o ataque?
    • houve contração e relaxamento rítmicos dos músculos da face, braço ou perna?
    • foi um ataque de pequeno mal (episódio de olhar fixo ou atividade similar)?
    • houve apenas contrações musculares prolongadas?
    • houve um período de contrações musculares prolongadas E um período de contração muscular alternada com relaxamento?
  • evolução
    • quanto tempo durou o ataque (quantos segundos)?
    • esta é a primeira vez que a pessoa tem este tipo de ataque?
    • a pessoa já teve um ataque que durasse mais do que 2 ou 3 minutos?
    • a pessoa já teve um ataque envolvendo grandes movimentos musculares (convulsão)?
  • outros
    • quais outros sintomas também estão presentes?
    • ocorreu perda de memória (amnésia parcial) sobre o ataque?
    • o ataque trouxe lembranças de emoções (emoções recordadas)?
    • o ataque ocorreu acompanhado de estalo dos lábios?
    • o ataque ocorreu acompanhado de mordidas na língua ou bochecha?
    • o ataque ocorreu acompanhado de redução do paladar (disgeusia)?
    • o ataque ocorreu acompanhado de redução do olfato (anosmia)?
    • o ataque ocorreu acompanhado de náuseas ou vómitos?
    • o ataque ocorreu após um episódio de hiperventilação (respiração rápida)?

O exame físico pode incluir um exame neurológico. A ocorrência, natureza e duração do ataque serão avaliadas.

Os exames que podem ser realizados para o diagnóstico incluem:

  • tomografia computadorizada da cabeça
  • EEG

Intervenção:
Medicamentos são receitados com frequência. O cumprimento rigoroso da terapia medicamentosa, se apropriada, será enfatizado. Dependendo da causa, uma cirurgia pode ser recomendada.

Deve-se solicitar aos familiares que observem e registem as atividades durante os ataques a fim de assegurar o tratamento apropriado.

Após a consulta:

O diagnóstico poderá ser incluído no seu registo médico pessoal.

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