Doença dos rins, dieta; doença renal, dieta
Dieta utilizada no tratamento da doença renal (dos rins), podendo ter baixos teores de sódio e de potássio, com restrição de líquidos e de proteínas.
Funções:
O objetivo de uma dieta com restrição de proteínas, sódio e potássio é o de ajudar o organismo a diminuir os resíduos produzidos pelo metabolismo, que são produtos tóxicos quando não eliminados do corpo. Isto ocorre como resultado de certos tipos de doenças renais e hepáticas.
Recomendações:
A quantidade de proteínas permitida na dieta é determinada a partir dos níveis proteicos (e dos seus resíduos metabólicos) contidos no sangue. Os exames de laboratório podem incluir os seguintes testes: CHEM-20, creatinina, albumina e nitrogénio da ureia sanguínea. As dietas de baixo nível proteico podem evitar ou diminuir a evolução de alguns tipos de doença renal, pois a quantidade de proteínas que uma pessoa pode ingerir tem como base o bom funcionamento dos rins e a quantidade proteica necessária para manter boas condições de saúde. A diálise e o tipo de procedimento também influenciam essas necessidades.
Nesta dieta o conteúdo de sal ingerido diariamente é controlado, pois isso ajuda a manter o equilíbrio de líquidos no corpo, para se evitar a desidratação ou a retenção de fluidos. A redução das quantidades de sódio na dieta ajuda a controlar a hipertensão e a insuficiência cardíaca congestiva.
O consumo diário de potássio também é controlado para prevenir a hipocalemia (ou nível muito baixo de potássio, que raramente representa um problema para pessoas portadoras de doença renal) assim como a hipercalemia (ou um nível elevado do mineral e que significa um problema comum para estes pacientes).
Nesta dieta especial, o fósforo também é frequentemente controlado. Quando a quantidade deste mineral é reduzida como resultado da menor ingestão de derivados do leite e de outros alimentos ricos em fósforo, surge a necessidade de se fornecer suplementos de cálcio para prevenir a doença da fragilidade óssea. A quantidade de fósforo na dieta é controlada com o uso de medicamentos que ligam o fósforo nos alimentos, tornando-o não disponível ao organismo.
Na doença renal, a quantidade de urina produzida pelo corpo fica reduzida e, por isso, o volume diário de líquidos recomendado para consumo tem como base a quantidade de urina produzida num período de 24 horas. Outras considerações são: o volume presente de retenção de líquidos, o nível de sódio na dieta, o uso de diuréticos e a presença ou não de insuficiência cardíaca congestiva.
As pessoas portadoras de doença renal têm mais propensão à doença cardiovascular (do coração). Recomenda-se, portanto, uma dieta cuja maior parte das calorias seja proveniente dos hidratos de carbono complexos. As calorias fornecidas pelas gorduras deverão vir daquelas monosaturadas e poliinsaturadas. A ingestão diária de calorias precisa de ser adequada para manter as melhores condições nutricionais possíveis e evitar a deterioração dos tecidos do corpo.
A suplementação com vitaminas é muito individualizada e depende das várias restrições dietéticas, da extensão da insuficiência renal e da diálise. As necessidades de vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K) são normalmente supridas pela dieta, o que nem sempre ocorre com a vitamina D, cuja suplementação deve ficar a cargo do médico. A ingestão de vitaminas solúveis em água é sempre inadequada, pois várias e boas fontes alimentares dessas vitaminas são restritas neste tipo de dieta. A perda de vitaminas solúveis em água é também resultante do processo de diálise, dos métodos de cozimento para lixiviar potássio e do metabolismo alterado das vitaminas.
Nesta dieta controlam-se também o cálcio, o ferro e o magnésio. A suplementação diária de cálcio recomendada é de 1.000 a 1.500 mg e a de ferro baseia-se nas necessidades do paciente. Não se recomenda a suplementação de magnésio, pois pode ocorrer um aumento nos níveis deste elemento num paciente com doença renal.
Obs.: nem todas as pessoas portadoras de doença renal necessitam de suplementos dietéticos.
MENU MODELO
- Pequeno-almoço
- 1 maçã média
- 3/4 de chávena de cereais secos
- 2 fatias de pão integral
- 2 colheres de chá de margarina
- 1 colher de sopa de geleia
- 1 ovo escalfado
- chá
- 5 colheres de chá de açúcar
- 1/2 chávena de gordura vegetal
- Almoço
- 3/4 de chávena de sopa com pouco sal
- 60 g de carne magra assada
- 2 pães integrais
- salada verde, com fatias de tomate
- 1 chávena de salada de frutas em lata
- 4 colheres de sopa de tempero sem sal para salada
- 200 ml de refresco
- Jantar
- 60 g de carne de ave assada
- 3/4 de chávena de arroz cozido no vapor
- 1/2 chávena de vagem cozida
- 1 pãozinho integral
- 4 colheres de sopa de margarina
- salada verde
- 1 colher de sopa de tempero sem sal para salada
- uma pêra cozida com calda de açúcar
- 120 ml de limonada
Lanches sugeridos durante o dia:
- rebuçado
- 1 ou 2 chupa-chupas
- pastilha elástica
Efeitos colaterais:
Uma dieta com baixo teor de proteínas pode ser deficiente em alguns aminoácidos essenciais, em vitaminas como niacina, tiamina e riboflavina e nos minerais como fósforo, cálcio e ferro.
Benefícios:
A obediência à dieta da forma mais correta possível ajudará a criar uma sensação de bem-estar a longo prazo. Caso contrário, haverá agravamento dos sintomas da doença renal e interferência na recuperação.
Os nutricionistas qualificados também constituem uma fonte de informações nutricionais específicas sobre a doença renal; alguns desses profissionais são especialistas em dietas para os rins.
Fontes alimentares:
Esta dieta controla a quantidade de fluidos, proteínas, sódio e potássio no organismo. As quantidades controladas de cada um desses nutrientes são baseadas nos níveis de potássio, de sódio e de ureia no sangue do paciente, assim como no equilíbrio de líquidos, no clearance de creatinina e na pressão sanguínea. Se os níveis sanguíneos indicarem a necessidade de se ajustar a ingestão de cálcio e de fósforo, alterar-se-ão as quantidades recomendadas na dieta.
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